A CONCEPÇÃO DE PROFESSORES DA REDE ESTADUAL DE CAMPO GRANDE - MS ACERCA DA UTILIZAÇÃO DO COMPUTADOR NA EDUCAÇÃO ESCOLAR

EDIONE MARIA LAZZARI


A CONCEPÇÃO DE PROFESSORES DA REDE ESTADUAL DE CAMPO GRANDE - MS ACERCA DA UTILIZAÇÃO DO COMPUTADOR NA EDUCAÇÃO ESCOLAR


UEMS – UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MATO GROSSO DO SUL
CURSO NORMAL SUPERIOR

Campo Grande – MS
2007
EDIONE MARIA LAZZARI

A CONCEPÇÃO DE PROFESSORES DA REDE ESTADUAL DE CAMPO GRANDE - MS ACERCA DA UTILIZAÇÃO DO COMPUTADOR NA EDUCAÇÃO ESCOLAR



Monografia apresentada para avaliação parcial do Curso Normal Superior da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul sob orientação da Professora M.Sc. Adriana da Silva.

UEMS – UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MATO GROSSO DO SUL
CURSO NORMAL SUPERIOR

Campo Grande – MS
2007

DEDICATÓRIA



Muitos são as pessoas entre colegas, amigos e familiares que se fizeram presente no decorrer da elaboração deste trabalho. Porém, entre elas escolho uma, que durante este e outros tempos se faz presente em todas as horas: alegres, tristes, de angústias, de tranqüilidade, de insegurança, de decisões, de indecisões, colocando a disposição toda sua meiguice, seu carinho, sua atenção e preocupação para comigo.
Dedico este trabalho à minha filha Laís pela paz, pela fé e pela dedicação que tem me proporcionado e ofereço a ela, o que hoje sai em silêncio do meu coração para aquecer com ternura o seu coração, que me acompanha na caminhada pela vida.


AGRADECIMENTOS


Obrigado Senhor Deus, por caminhar ao meu lado e por me amparar em seus braços.

Obrigado Senhor Deus, pela família a qual sempre posso contar: pais, irmãos, sobrinhos, filha Laís e filho “postiço” Anderson.

Obrigado senhor Deus, pelos colegas e amigos que sempre me ofereceram o que tinham de melhor em seus corações.

Obrigado Senhor Deus, por ter me dotado de coragem fazendo-me nunca desistir das coisas que acredito, e por me dar sabedoria por acreditar no bem comum.

Agradeço aos professores e diretores das escolas que colaboraram como sujeitos da pesquisa, compartilhando suas experiências, sua prática, os entraves e motivações do seu trabalho diário, favorecendo a realização deste trabalho.

Agradeço aos órgãos Públicos, NTE e COTEC que prontamente forneceram as informações necessárias ao complemento da pesquisa.

Agradeço a Profª. Adriana, pelo apoio, sugestões, orientações, esclarecimentos, disponibilidade e competência em me orientar na elaboração desta monografia.


RESUMO


O computador, com fins pedagógicos, faz parte da realidade de todas as escolas da Rede Estadual de Campo Grande. A presente monografia focaliza a maneira como esta tecnologia chegou às escolas, a relação do professor com máquina/aluno/aprendizagem, a formação precedente e continuada do professor para a utilização pedagógica deste recurso, os fatores que dificultam e/ou facilitam o desenvolvimento de atividades usando esta tecnologia e a avaliação que os sujeitos da pesquisa fazem dos resultados no processo ensino-aprendizagem. A pesquisa foi desenvolvida por meio de questionários envolvendo 30 professores regentes de sala, entrevistas com 3 professores de Sala de Tecnologias de três escolas, bem como dados fornecidos pelo NTE e COTEC/SED/MS. A metodologia aplicada apresenta uma abordagem de cunho qualitativo/descritiva, fundamentada nas pesquisas de campo e a análise dos dados obtidos foi realizada à luz de conceitos teóricos. Os resultados mostram que o professor é peça fundamental no processo de inserção do computador na sala de aula, porém, incorporar o computador como ferramenta facilitadora no processo de ensino e aprendizagem, já não depende exclusivamente da sua vontade e sim das condições que têm em se preparar, da formação que lhe é oferecida continuamente, da organização interna da escola e das possibilidades em conciliar tempo disponível com investimentos em capacitação profissional. Esta pesquisa propõe repensar as políticas públicas responsáveis pelas ações que decidem sobre a forma de aplicação dos recursos destinados à implantação das ferramentas técnicas e pedagógicas e de formação continuada do professor de maneira que possa exercer com entusiasmo e responsabilidade seu novo papel em relação aluno/tecnologias/aprendizagem.

PALAVRAS-CHAVE: computador; formação do professor; aprendizagem.



SUMÁRIO



INTRODUÇÃO----------------------------------------------------- 06

CAPÍTULO I - COMPUTADOR: DA CRIAÇÃO À UTILIZAÇÃO PELA ESCOLA --08

1.1 BREVE HISTÓRIA DO COMPUTADOR-------------------------------- 08

1.2 HISTÓRICO DA INSERÇÃO DO COMPUTADOR NA REALIDADE EDUCACIONAL BRASILEIRA---------------------------------- 09

1.2.1 O Projeto Educom--------------------- 11

1.2.2 O Proinfo------------------------------------ 13

CAPÍTULO II - O COMPUTADOR NAS ESCOLAS DA REDE ESTADUAL DE CAMPO GRANDE--15

2.1 A FORMAÇÃO DOS PROFESSORES DA REDE ESTADUAL DE ENSINO DE CAMPO GRANDE – MS PARA O USO PEDAGÓGICO DO COMPUTADOR NA SALA DE AULA---------------- 16

2.2 LIMITES E POSSIBILIDADES PEDAGÓGICAS QUANTO AO USO
DO COMPUTADOR NO PROCESSOE NSINO APRENDIZAGEM------- 22

CAPÍTULO III – PERCURSO METODOLÓGICO ----------------- 25

3.1 APRESENTAÇÃO E METODOLOGIA DA PESQUISA------------------ 25

3.2 INSTRUMENTO I: QUESTIONÁRIO ----------------------------------- 25

3.3 INSRUMENTO II: ENTREVISTA-------------------------------------- 30

CONSIDERAÇÕES FINAIS--------------------------------------- 33

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS--------------------------------- 35

ANEXOS-------------------------------------------------------------- 37





INTRODUÇÃO


A história da humanidade revela que o homem sempre criou seus mecanismos para melhorar ou facilitar o desempenho de suas ações. As tecnologias são exemplos de ferramentas criadas pelo homem para servi-lo. Dentre elas o computador, que no início foi criado para auxiliar nas estratégias adotadas na Segunda Guerra Mundial e atualmente adentrou não só em empresas, fábricas, bancos, hospitais como também em casas, universidades e escolas, tornando-se fator importante na melhoria da qualidade do processo ensino-aprendizagem, oferecendo um amplo e rico campo de comunicação, informações e pesquisas, fundamentais na produção do conhecimento, transformando os ambientes de aprendizagem em espaços aptos em atender o desejo natural que todo ser humano possui de buscar o novo.
O professor consciente da força que as tecnologias têm em instigar e favorecer a construção e a reconstrução do conhecimento pelo aluno é peça fundamental para intermediar o encontro saudável entre alunos e máquinas utilizando-as em favor da melhoria do processo ensino-aprendizagem, interferindo na realidade do nosso educando que ainda chega à escola e encontra um espaço pouco atrativo, sem cor, deparando-se com aulas discursivas auxiliadas somente pelo quadro-negro contrastando com o mundo lá fora, colorido, atrativo, sedutor.
Segundo Moran (2004, p.245), em seu texto Os novos espaços de atuação do professor com as tecnologias:
Uma das reclamações generalizadas de escolas e universidades é de que os alunos não agüentam mais nossa forma de dar aula. Os alunos reclamam do tédio de ficar ouvindo um professor falando na frente por horas, da rigidez dos horários, da distância entre o conteúdo das aulas e a vida.
Colocamos tecnologias na universidade e nas escolas, mas, em geral, para continuar fazendo o de sempre – o professor falando e o aluno ouvindo – com um verniz de modernidade. As tecnologias são utilizadas mais para ilustrar o conteúdo do professor do que para criar novos desafios didáticos (MORAN, 2004, p. 245).

Este novo percurso educacional que se efetiva por meio das mudanças da escola vem ao encontro de uma demanda da sociedade contemporânea que almeja pela formação de cidadãos capazes de socializar conhecimentos, trabalhar coletivamente, ter iniciativas, comunicar-se com clareza e resolver problemas com criatividade, segurança e determinação. Para que isso se concretize faz-se necessário investir em espaços de aprendizagem motivadores e construtores, favorecendo uma aprendizagem contínua, na qual o professor aprende fazendo, depurando e reconstruindo sua prática pedagógica no seu contexto de atuação. Nesta perspectiva, é imprescindível que o professor se apresente como ser ativo sendo companheiro do aluno, colocando-o no centro do processo proporcionando uma parceria onde todos se tornam aprendizes e mestres.
Sendo assim, buscaremos compreender a relação do professor com as tecnologias, especificamente com o computador, sua concepção acerca da utilização desta ferramenta no ambiente escolar e a sua necessidade de interagir neste novo contexto histórico, cultural, social e educacional.
Para isso utilizaremos a pesquisa qualitativa como recurso metodológico e as entrevistas e observações como meio para coleta de dados com vistas a compreender a imagem que o profissional da educação faz do computador, ferramenta presente ou não em seu contexto de atuação pessoal e profissional.




CAPÍTULO I - COMPUTADOR: DA CRIAÇÃO À UTILIZAÇÃO PELA ESCOLA


1.1 BREVE HISTÓRIA DO COMPUTADOR


A História conta que a primeira ferramenta feita pelo homem para realizar contas foi o ábaco, cerca de 5000 anos atrás. Seu uso não teve tanta relevância e perdeu espaço principalmente a partir do uso do papel e da caneta. Somente a partir de 1820 que as máquinas de calcular mecânicas começam a ser amplamente utilizadas. O desenvolvimento dos computadores iniciou em 1812 com o matemático Charles Babbage e seus projeto “Máquinas Matemáticas” e “Máquina Analítica” e tinha como objetivo construir máquinas de calcular e imprimir tabelas (WINDOS 96, 1996).
Somente a partir da II Guerra Mundial que o desenvolvimento dos computadores eletrônicos ganhou mais força, quando os governos perceberam o potencial estratégico que estas máquinas ofereciam. Assim, os alemães criaram o Z3, computador capaz de projetar aviões e mísseis. Os britânicos desenvolveram o Colossus, utilizado para a decodificação das mensagens alemãs. Com o fim da guerra, e o início da Guerra Fria, a corrida pelo desenvolvimento de novos e mais poderosos computadores só aumentou marcando o início do processamento automático da informação (WINDOS 96, 1996).
Um marco neste desenvolvimento foi a construção do ENIAC que além de ocupar bastante espaço pelo seu amplo tamanha consumia muita energia. A importância do ENIAC é que ele, diferentemente de todos os computadores que foram desenvolvidos anteriormente, não era destinado a uma operação específica (projetar aviões/mísseis, ou decodificar códigos), mas poderia ser usado de maneira geral, parecido com o que fazem os computadores hoje (WINDOS 96, 1996).
Com o tempo, os componentes do computador foram sofrendo alterações e as caríssimas válvulas deram lugar aos econômicos e pequeninos transistores. Com isso, os computadores puderam diminuir de tamanho, e consumir menos energia tornando-os mais acessíveis às pessoas e instituições. O último marco nesta evolução, para chegarmos aos computadores como conhecemos hoje, foi a invenção dos sistemas operacionais. Estes sistemas permitem que vários programas estejam rodando ao mesmo tempo, conferindo grande flexibilidade ao uso do computador. Por isso, sobretudo a partir da década de 80, os computadores começaram a se popularizar, e hoje são realidade para milhões de pessoas no mundo inteiro (WINDOS 96, 1996).
Dizard (1998), afirma que três grandes transformações ocorreram em relação às tecnologias da mídia de massa: primeiro a introdução das impressoras a vapor e do papel de jornal barato resultando a edição de jornais livros e revistas em grande escala, no século XIX; segunda a transmissão por ondas eletromagnéticas, em 1929 através do rádio e em 1939 através da televisão; terceiro a produção, armazenamento e distribuição de informações estruturados em computadores (DIZARD, 1998).
Com a popularização do computador, os mais variados setores da sociedade, como a indústria, a pesquisa científica, o setor financeiro, o comércio, a área da saúde, as comunicações e outros identificaram sua utilidade e passaram a utilizá-lo como meio de comunicação e como ferramenta de trabalho aumentando a produtividade, reduzindo custos e melhorando a qualidade dos produtos.
O setor educacional para melhorar a qualidade do processo ensino aprendizagem, vê nos meios de informação e comunicação, entre eles o computador, uma alternativa para esta conquista e apropria-se destes recursos, inserindo-os em seus projetos como ferramenta didática.


1.2 HISTÓRICO DA INSERÇÃO DO COMPUTADOR NA REALIDADE EDUCACIONAL BRASILEIRA


A Secretaria Especial de Informática (SEI), órgão criado, em 1979, junto ao Conselho de Segurança Nacional e hoje ligado ao Ministério de Ciência e Tecnologia, instituiu a Comissão Especial de Educação para discutir questões relacionadas à informática e à educação e tinha como objetivo auxiliar o Ministério da Educação e Cultura (MEC) no estabelecimento de política e diretrizes para a educação na área de Informática. Essa comissão investiu na criação de programas especiais visando o uso dos recursos da Informática gerando a criação de uma série de projetos entre eles o EDUCOM (SED/MS, PROJETO ESTADUAL DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO).
Em 1981, a Secretária de Ensino Superior (SESU) do MEC inicia os primeiros levantamentos de dados frente às universidades procurando saber quais as que já possuíam projetos voltados para a aplicação de informática na educação ou que demonstravam interesse pelo assunto. Neste mesmo ano acontece na Universidade de Brasília, o Primeiro Seminário Nacional de Informática na Educação, com patrocínio da SEI e apoio do MEC e do Conselho Nacional de Pesquisas Cientificas e Tecnológicas (CNPq), de onde muitas das considerações, sugestões e recomendações permanecem até hoje, como por exemplo:
• a necessidade de que a educação apresentasse melhor desempenho e qualidade, em face do avanço dos padrões tecnológicos e organizacionais do mundo do trabalho e das relações sociais;
• o uso do computador na educação fosse marcado por valores culturais, sociais, políticos e pedagógicos de acordo com a realidade brasileira; a adoção de uma política de incentivos fiscais e financiamentos aos produtores nacionais de hardware e software voltados para a educação, bem como a criação de sistemas de financiamento aos usuários de produtos nacionais e de mecanismos de proteção para os investimentos realizados;
• a implantação de centros-piloto de informática na educação, de natureza interdisciplinar, junto a universidades com capacitação tecnológicas nas áreas de informática e educação; os projetos cobrissem as diferentes regiões do país dando ênfase à preparação de recursos humanos;
A utilização de computadores na educação não fosse considerado como o remédio para todos os males capaz de solucionar os problemas da educação (SED/MS, PROJETO ESTADUAL DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO).
O Segundo Seminário Nacional de Informática na Educação realiza-se em agosto de 1982 e desta vez na Universidade Federal da Bahia (UFBA), novamente com o patrocínio da SEI e o apoio do MEC e do CNPq. Participaram desse seminário, além da SEI, do MEC e do CNPq, as seguintes instituições: CFE; Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP), pertencente ao MEC; Fundação Centro Brasileiro de Televisão Educativa (FUNTEVÊ), também pertencente ao MEC; Museu Nacional; Empresa Brasileira de Telecomunicações (EMBRATEL); Escola Superior de Administração Fazendária (ESAF), do Ministério da Fazenda; FUNBEC; CENTEC (Bahia); Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI); Fundação José Carvalho; e ainda as seguintes universidades: UFBA; USP; UNICAMP; UFRGS; UFRJ; UFMG; Universidade Federal do Maranhão (UFMA); PUC-RJ; e Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Os temas abordados neste encontro foram referentes aos aspectos socioeducacionais, pedagógico-educacionais, psicológico-educacionais e os relacionados à informática e as conclusões deste Segundo Seminário coincidiram com as do Primeiro Seminário, pois tiveram em comum a defesa dos valores culturais brasileiros, a ênfase nas questões da formação de recursos humanos e da implantação de projetos-piloto com perfis multidisciplinares, bem como a recomendação de que tais projetos se subordinassem aos propósitos educacionais (SED/MS, PROJETO ESTADUAL DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO).
O Projeto Estadual de Informática na Educação do Mato Grosso do Sul, elaborado em 1998, para atender as necessidades da educação em melhorar qualitativa e quantitativamente o processo ensino aprendizagem oferecido pela Rede Estadual de Educação previa, com a utilização dos recursos tecnológicos nas escolas como instrumento pedagógico, construir novos paradigmas de sustentação à prática pedagógica concretizando a proposta de uma educação de qualidade proporcionando ao aluno o desenvolvimento das habilidades de aprender a aprender, solucionar problemas, trabalhar em grupo, ter iniciativas, tomar decisões e construir o próprio conhecimento (SED/MS, PROJETO ESTADUAL DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO).


1.2.1 O Projeto Educom


Após a descrição das driretrizes para o estabelecimento da política de informática no setor da educação, cultura e desportos, definidas pelo MEC em 1982, o secretário de Informática cria a Comissão Especial nº. 11/83 – Informática na Educação, através da Portaria nº. 1/83. A criação desta comissão se deu em consideração a necessidade de desenvolver no Brasil, tecnologia para o uso do computador como ferramenta que auxiliasse o processo de ensino-aprendizagem, valorizando os aspectos culturais, sociopolíticos e pedagógicos da realidade nacional.
As atribuições desta comissão eram:
1. propor a orientação básica da política de utilização das tecnologias de Informática no processo de ensino-aprendizagem, observados os objetivos e diretrizes da Política Nacional de Informática, do Plano Setorial de Educação, Cultura e Desporto e do Plano Básico de Desenvolvimento Científico e Tecnológico;
2. apoiar e acompanhar a implantação de Centros-piloto que, mediante o desenvolvimento de pesquisa multidisciplinar, promoverão atividades voltadas para a aplicação das tecnologias da Informática na Educação;
3. recomendar a adoção de características técnicas padronizadas para as máquinas automáticas de tratamento da informação e periféricos, bem como para os programas de computador básicos e de suporte, adequados para fins educacionais;
4. coordenar a alocação, no campo da Informática na Educação, de recursos governamentais de qualquer natureza e acompanhar a aplicação dos mesmo (CHAVES, 1988. p 11).

A partir das recomendações desta comissão a SEI convocou as instituições de ensino superior brasileiras a apresentar projetos para a implantação de centros-piloto em universidades brasileiras que se propunham a investigar a utilização do computador como recurso auxiliar no processo de ensino-aprendizagem, principalmente no 2º. Grau. O Comitê Assessor da Comissão Especial de Informática na Educação foi criado para analisar tecnicamente os 26 projetos apresentados pelas instituições sendo que destes foram aprovados os projetos da Universidade Federal do Rio Grande do sul (UFRGS), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) (MORAES, 1997).
O MEC assumiu a responsabildade pela coordenação do projeto global e a operacionalização dessa coordenação coube à FUNTEVÊ, que para isso criou, em abril de 1984, o Centro de Informática Educativa (CENIFOR), ao qual o projeto EDUCOM ficaria vinculado.
Sendo assim, o projeto EDUCOM elaborado pela comissão criada pela SEI foi o primeiro projeto público a tratar da informática educacional e teve origem no 1º Seminário Nacional de Informática na Educação com o princípio de investimento em pesquisas educacionais. Seus principais objetivos eram: implantar um núcleo de pesquisa e desenvolvimento de Informática na educação; auxiliar na promoção de pesquisa científica e tecnológica; capacitar professores e técnicos envolvidos na implantação do projeto, para fins de atender as necessidades do exercício da sua atividade profissional; acompanhar e avaliar as experiências realizadas e divulgar os resultados produzidos pelos centros-piloto participantes do projeto (MORAES, 1997).
Esse projeto visou ainda o desenvolvimento de softwares educativos e o uso do computador para resolução de problemas sendo que os professores seriam os responsáveis pelo desenvolvimento do projeto na escola, acompanhados pelo grupo de pesquisa das universidades, centros de pesquisa do Projeto EDUCOM. Estes, por sua vez, tinham como desafio transformar a educação centrada na transmissão de informações, para uma educação onde o aluno fosse sujeito ativo que utilizasse o computador para realizar atividades e construir o conhecimento.
Temos várias experiências de sucesso que apresentam mudanças pedagógicas relevantes produzindo bons resultados. Porém, os resultados obtidos não foram suficientes para sensibilizar ou alterar o sistema educacional como um todo. Isso se deve ao fato principal de que não foi dado o devido valor a outros pontos como: a mudança da organização da escola e da sala de aula, o papel do professor e dos alunos e a relação professor/aluno/conhecimento, tornando-se claro que as mudanças pedagógicas não dependem somente da inserção do computador na escola e faz-se necessário repensar a questão da dimensão do espaço e do tempo na escola, a questão do papel do professor nesse processo que deixa de ser informante pra ser facilitador, mediador da aprendizagem e, finalmente, a questão do aluno que deixa de ser sujeito passivo, receptor da informação e passa a construir conhecimento de maneira
Sendo assim, a formação dos professores para usarem a informática na educação recebeu uma atenção especial de todos os centros de pesquisa do EDUCOM.
Essa formação, por ser realizada em lugares distintos daqueles do seu dia-a-dia, gerou dificuldades operacionais causadas pela remoção do professor da sala de aula, por serem descontextualizadas da sua realidade e por não contribuírem para a construção de um ambiente favorável à implantação das mudanças educacionais. Em geral, após terminar o curso o professor volta para sua prática pedagógica deparando-se com obstáculos não previstos ou não considerados na formação oferecida pelo curso (VALENTE, 1997).


1.2.2 O Proinfo


O Proinfo - Programa Nacional de Informática na Educação, desenvolvido pela Secretaria de Educação à Distância (SEED), por meio do Departamento de Infra-estrutura Tecnológica (DITEC), em parceria com as Secretarias de Educação Estaduais e Municipais, foi criado através da Portaria Nº 522/MEC, de 9 de abril de 1997, para favorecer o uso pedagógico da informática na rede pública de ensino fundamental e médio. Funciona de forma descentralizada, sua coordenação é de responsabilidade federal e a operacionalização é conduzida pelos Estados e Municípios (PROGRAMA NACIONAL DE INFORMÁTICA, 1997).
Segundo MORAES (1997), o computador é um recurso que pode auxiliar na melhoria da qualidade do processo ensino-aprendizagem quando se trabalha as necessidades individuais utilizando as metodologias apropriadas visando o desenvolvimento do aluno nas várias áreas do conhecimento, raciocínio lógico, linguagem, escrita, criatividade, autonomia, cooperação e criticidade.
De acordo com as Diretrizes de criação o Programa Nacional de Informática na Educação, proposto pelo MEC, intencionou dar início ao processo de universalização do uso de tecnologia no sistema público de ensino, prevendo melhorar a qualidade do processo de ensino-aprendizagem, possibilitar a criação de uma nova ecologia cognitiva nos ambientes escolares mediante incorporação adequada das novas tecnologias da informação pelas escolas, propiciar uma educação voltada para o desenvolvimento científico e tecnológico, educar para uma cidadania global numa sociedade tecnologicamente desenvolvida e implantar os Núcleos de Tecnologia Educacional (PROGRAMA NACIONAL DE INFORMÁTICA, 1997).
Segundo o Programa Nacional de Informática, (1997):
Os Núcleos de Tecnologia Educacional - NTE serão estruturas descentralizadas de apoio ao processo de informatização das escolas, responsáveis pelas seguintes ações:
• sensibilização e motivação das escolas para incorporação da tecnologia de informação e comunicação;
• apoio ao processo de planejamento tecnológico das escolas para aderirem ao projeto estadual de informática na educação;
• capacitação e reciclagem dos professores e das equipes administrativas das escolas;
• realização de cursos especializados para as equipes de suporte técnico;
• apoio (help-desk) para resolução de problemas técnicos decorrentes do uso do computador nas escolas;
• assessoria pedagógica para uso da tecnologia no processo de ensino-aprendizagem;
• acompanhamento e avaliação local do processo de informatização das escolas (PROGRAMA NACIONAL DE INFORMÁTICA, 1996. p. 10)

Aos NTEs, foi dado um papel de destaque no processo de formação da Rede Nacional de Informática na Educação, atuando como concentradores de comunicações para interligar as escolas a eles vinculadas a pontos de presença da INTERNET e da Rede Nacional de Pesquisa – RNP e principalmente o de formação, capacitação e reciclagem dos professores e administrativos das escolas (PROGRAMA NACIONAL DE INFORMÁTICA, 1997).
O Projeto Estadual de Informática na Educação, do Estado do Mato Grosso do Sul foi criado em 1997, pra atender a solicitação do Ministério de Educação, justificando-se pela necessidade de inserir o computador nos projetos pedagógicos e administrativos das escolas estaduais, visto que tal recurso auxiliando nos trabalhos educacionais, facilitaria as ações de melhoraria da qualidade do processo ensino-aparendizagem e do desenvolvimento social e humano do aluno (PROGRAMA NACIONAL DE INFORMÁTICA, 1996).


CAPÍTULO II - O COMPUTADOR NAS ESCOLAS DA REDE ESTADUAL DE CAMPO GRANDE


A entrada do computador nas escolas da Rede Estadual de Campo Grande teve início na década de 80 através das iniciativas do Governo Federal, que viabilizou o Projeto EDUCOM e Projeto FORMAR. Estes projetos objetivavam a formação de educadores que pudessem criar alternativas pedagógicas de utilização da informática na escola de uma forma crítica e a partir de laboratórios.
O Projeto CIEd, como conseqüência do Projeto FORMAR, objetivava implantar Centros de Informática Educativa que se constituiriam em pólos disseminadores da informática para as Escolas públicas de Educação Geral e Educação Especial. O Projeto FORMAR constituiu-se no primeiro curso de capacitação técnica para formar os professores e técnicos que iriam atuar na área de informática educativa, e MS foi representado por dois professores que atuavam no Órgão Central da Secretaria de Estado de Educação. Como resultado deste curso, foi constituída em 1987 uma comissão composta de três professores, quatro técnicos da Secretaria Estadual de educação além dos dois professores que participaram do Projeto FORMAR, a fim de elaborar o Projeto de criação do CIEd/MS. Na justificativa do projeto a finalidade de se criar um Centro de Informática na Educação vinha no sentido de oferecer oportunidades aos alunos de ter acesso à informática instigando a pesquisa e a reflexão crítica sobre o uso do computador na educação, na melhoria tanto qualitativa como quantitativa do processo ensino-aprendizagem.
O Centro de Informática Educacional/MS foi criado em maio de 1988 através de um convênio firmado entre Secretaria Estadual de Educação e o MEC na forma de escola especial por não haver no organograma da SE/MS espaço para um Centro desta natureza.
Para atender aos objetivos traçados no Projeto, foi formada uma equipe multidisciplinar de professores que atuariam em três vertentes: a primeira visando o Atendimento Institucional; a segunda visando Pesquisa e Desenvolvimento e a terceira visando Fomento e Disseminação. Nesta perspectiva o CIEd/MS buscou atender os alunos das escolas públicas da capital desde o pré-escolar até o 2º grau, Portadores de necessidades especiais, corpo docente e administrativo das escolas públicas, entidades como APAE, Sociedade Pestalozzi, CEADA além de pessoas da comunidade através de cursos de férias.
No decorrer de suas atividades, o CIEd/MS atendeu 5.000 alunos das escolas públicas, prioritariamente aqueles encaminhados pelas escolas da rede Estadual, técnicos da SE/MS, professores que atuavam em escolas e em entidades, através do ensino de aplicativos- processador de textos, planilhas eletrônicas, banco de dados; desenvolveu pesquisas utilizando a Linguagem LOGO especialmente com alunos portadores de necessidades especiais (DM e sídrome de Down) e alunos com dificuldades de aprendizagem; trabalhou com alunos portadores de deficiência física e auditiva (este último em parceria com o CEADA) visando o seu encaminhamento ao mercado de trabalho; desenvolveu trabalhos utilizado o software DOS VOX com alunos portadores de deficiência visual numa parceria com o Instituto dos cegos; montou um laboratório de robótica utilizando peças Lego e linguagem LOGO (Laboratório Lego-LOGO) com alunos do 2º Grau; desenvolveu trabalho de apoio às escolas de 2º Grau que possuíam curso de Contabilidade (E.E.P.S.G “Sebastião Santana de Oliveira e E.E.P.S.G. José Barbosa Rodrigues)utilizando o software XTDC, desenvolveu um trabalho pedagógico denominado Laboratório Curricular com a E.E.P.S.G. Arlindo de Andrade Gomes, visando o desenvolvimento de pesquisas e dos conteúdos programáticos através de softwares aplicativos e da Linguagem LOGO; elaborou vários projetos a fim de criar laboratórios nas escolas públicas nunca levados a cabo pelas dificuldades na aquisição dos equipamentos e criação de infra-estrutura nas escolas para o funcionamento dos laboratórios (PROJETO ESTADUAL DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO/MS).


2.1 A FORMAÇÃO DOS PROFESSORES DA REDE ESTADUAL DE ENSINO DE CAMPO GRANDE – MS PARA O USO PEDAGÓGICO DO COMPUTADOR NA SALA DE AULA

Através da Resolução/SED nº 1.842, de 8 de abril de 2005, foi criada a Sala de Tecnologias Educacionais - STE nas unidades escolares da rede estadual de ensino com o como objetivo de utilizar as tecnologias educacionais no processo pedagógico para a promoção da qualidade do ensino e da aprendizagem. Segundo a Resolução, a STE das escolas deve ser lotada por um professor do quadro permanente, que possua curso superior e conhecimento do sistema operacional dos aplicativos do computador comprovados através de documentos expedidos pelo NTE ou por instituição devidamente reconhecida/credenciada. Dentre as atribuições do professor da STE, estão algumas que garantem o permanente processo de atualização e reciclagem deste professor como:
• participar das capacitações promovidas pela Coordenadoria de Tecnologias Educacionais e Núcleo de Tecnologias Educacionais;
• desenvolver os trabalhos de forma articulada com o Núcleo de Tecnologias Educacionais de sua jurisdição.
E outras que garantem permanente processo de atualização e reciclagem dos outros professores da escola como:
• ministrar aulas, cujas atividades envolvam orientação e acompanhamento do uso das tecnologias educacionais disponíveis, bem como regência, em duplo grau de responsabilidade com o professor da disciplina das diversas áreas do conhecimento, dos conteúdos programáticos constantes nos componentes curriculares;
• planejar e organizar as atividades pedagógicas e o cronograma de uso da STE do seu turno, em articulação com a coordenação pedagógica e corpo docente;
• articular com a direção colegiada, coordenação pedagógica e assessor técnico escolar, formas diferenciadas de organização curricular que possibilitem a realização de seminários, encontros, grupos de estudos presenciais ou a distância, relacionados à área das tecnologias aplicadas à educação, bem como a participação em eventos dessa natureza em âmbito local, regional ou nacional ( RESOLUÇÃO/SED nº 1.842, 2005).
Em 5 de junho de 2007, a Secretaria de Estado de Educação, através da RESOLUÇÃO/SED n. 2.127, estabelece critérios para implantação, implementação, monitoramento e avaliação das Salas de Tecnologias Educacionais nas unidades escolares da Rede Estadual de Ensino de Mato Grosso do Sul. Dentre as funções do NTE (Art, 23), a resolução estabelece que este deva responsabilizar-se pela formação continuada dos professores e coordenadores pedagógicos em Tecnologias Educacionais. Dentre as obrigações do professor Lotado na STE (Art. 24), fica estabelecido que este deva participar dos cursos de formação continuada oferecidos pela Secretaria de Estado de Educação. Sendo assim, fica assegurada ao professor, formação continuada para desempenhar com sucesso sua função garantindo o cumprimento dos objetivos da implantação das Salas de Tecnologias Educacionais na Rede Estadual de Ensino:
• contribuir para a efetividade do processo de ensino e de aprendizagem;
• familiarizar os alunos com as ferramentas das tecnologias da informação e da comunicação necessárias à sua formação;
• enriquecer o ambiente de aprendizagem escolar;
• privilegiar a construção do conhecimento de forma coletiva e cooperativa (RESOLUÇÃO/SED n. 2.127, 2007).
Diante do incentivo do Governo Federal em favor da inclusão digital e prevendo a implantação das STE nas escolas da Rede Estadual de Ensino a Secretaria de Estado de Educação do Mato Grosso do Sul- SED\MS, ofereceu de 2003 a 2006, quatro edições do curso “Uso Pedagógico das Tecnologias na Educação Escolar”, através da modalidade a distância (ambiente e-proinfo/ MEC), aos técnicos da secretaria, professores do NTE, diretores, coordenadores e professores da Rede Estadual de Ensino. A tabela a baixo demonstra o número de inscritos inicialmente e os concluintes de cada uma das edições:

Tabela 1: Capacitações oferecidas pela SED/MS
Edição Mês do Curso Carga Horária Inscritos Certificados
1ª* Agosto a Dezembro de 2003 90 horas 10 10
2ª Junho a outubro de 2004 120 horas 83 60
3ª Abril a Setembro de 2005 100 horas 123 72
4ª Outubro de 2005 a abril de 2006 120 horas 185 120
Fonte: COTEC/SED/MS-2007
* Edição Piloto


À primeira vista, este número de pessoas que receberam a certificação (262), parece ser insignificante diante do número de professores que temos, em média (18.279,5), na Rede Estadual de Ensino do Mato Grosso do Sul. Os dados estatísticos nos mostram:





Tabela 2: Número de Funções Docentes Exercendo Atividades em Sala de Aula/Est. - MS
Ano Professores Média geral 2003-2006
2003 17.016
18.279,5
2004 18.608
2005 18.402
2006 19.092
Fonte: MEC\INEP- EDUDATABRASIL-2007
Obs: - O mesmo docente pode atuar em mais de um nível/modalidade de ensino e em mais de um estabelecimento.

Porém, esta foi a tentativa que a SED\MS encontrou para iniciar a disseminação de conhecimentos tecnológicos, proporcionando aos professores da Rede Estadual de Ensino, que já possuíam conhecimento técnico a apropriação dos saberes em relação ao uso pedagógico das tecnologias na educação escolar, e assim dar início a uma rede de socialização de conhecimentos, já que estes trabalhariam nas escolas desenvolvendo atividades nas STEs, auxiliando os professores de sala de aula, repassando os conhecimentos adquiridos :
O professor-cursista para se inscrever no curso deveria ter acesso a um computador conectado a Internet em sua casa ou na escola, conforme suas possibilidades e possuir um e-mail particular. Noções de informática (Windows, Word, Power Point e Internet) também eram pré-requisitos, além de estar atuando na Rede Estadual de Ensino de Mato Grosso do Sul. Após análise dos requisitos e o seu aceite, o candidato fazia sua inscrição no ambiente do e-Proinfo (www.eproinfo.mec.gov.br) onde recebia a confirmação ou não da matrícula em seu e-mail. Durante a capacitação, a coordenação geral do curso acompanhava o desenvolvimento do mesmo, orientando os professores-cursistas que estavam atuando nas Salas de Tecnologias e que receberam também o acompanhamento de tutores especializados nas TICs aplicadas à Educação, sendo que cada um dos tutores orientava entre 10 e 30 participantes (CANTERO, RIZZO,SOTO,VITORATTO,2007. p 23).

As capacitações que atingiriam maior número de docentes da Rede Estadual de Ensino seriam oferecidos pelos NTEs criados nas diversas regiões do Estado. De acordo com o relatório das ações fornecido pelo NTE de Campo Grande:
O Núcleo de Tecnologia Educacional – NTE é responsável em capacitar, acompanhar e assessorar o trabalho de aproximadamente 240 professores que atuam nas Salas de Tecnologias Educacionais – STEs das Unidades Escolares, de funcionários administrativos e comunidade escolar dos 8 (oito) COUNES de Campo Grande e dos municípios jurisdicionados a este Núcleo. Oferece também, cursos diversificados em Informática Aplicada à Educação aos professores das disciplinas curriculares, possibilitando aos mesmos o trabalho com os diversos aplicativos em áreas específicas.
Este trabalho é oferecido nas dependências do próprio Núcleo e/ou nas dependências das escolas (NTE, 2007. p 10).

As Resoluções de criação, implantação, implementação, monitoramento e avaliação das STE na Rede Estadual de Ensino – MS foram elaborados de maneira a garantir tanto do uso pedagógico dos equipamentos tecnológicos quanto à formação, a atualização e a reciclagem dos professores que utilizariam os recursos tecnológicos na escola.
O NTE de Campo Grande capacitou cerca de 2.200 pessoas ligadas a área educacional: diretores, coordenadores e professores da Rede Estadual de Ensino de Campo Grande nos ANOS DE 2003 a 2006, através de cursos de capacitação quanto ao uso técnico e pedagógico dos recursos tecnológicos na educação, na ordem que vem a seguir:

Tabela 1: Capacitações oferecidas pelo NTE de Campo Grande – 2003 a 2006
Ano Curso Nº de capacitados

2003 Informática Instrucional (Windows 98, Word, Excel e Internet) 71
Capacitação Continuada - Informática Educacional (Pedagogia da Tecnologia da Informática e da Educação) 232

Seminário de Informática na Educação 256


2004 Integrando e Gerenciando as Tecnologias 245
O Uso do Computador na Educação Infantil 62
Manutenção e Configuração de Hardware 17
Informática Básica 87
Articulando Praticas Pedagógica 20
Capacitação e Gestores Escolares em Informática Educacional 133
Imagem e Multimídia no Contexto Escolar 27







2005 Tipologias Textuais – Leitura de Produção de Textos Utilizando as Tecnologias da Informação e Comunicação 71
Articulando Práticas Pedagógicas Arte, Comunidade Escolar e Tecnologias Contemporâneas. 43
Oficina de Homepage 53
As Tecnologias e a Gestão Escolar Colegiada 53
Educação Especial/Deficiência Visual 81
Estudando Geometria no Ambiente Informatizado 52
Arte e Cultura na Web 59
Informática Educativa na Rede Hospitalar 10
Elaborando Atividades no Ambiente Linux – Aplicativos Básicos 14
Projeto “Idosos e Jovens Interagindo com as Tecnologias da Informação e da Educação” 10
A Sala de Tecnologia Educacional e a Ed. Física. 34
Sentipensar na Formação de Professores Para o uso das Tecnologias 07
O Planejamento e Desenvolvimento de Projetos 25
Aula-Passeio 10
Introdução à Informática Educacional (Rio Negro) 03
Introdução ao IPD/Windows XP, Básico, Word XP e Exel XP. 16
O Hipertexto e Hipermídia na Construção do Conhecimento 02
Introdução ao PowerPoint 05
Informática Básica 07
Oficinas 210












2006 As Tecnologias e a Gestão Escolar Colegiada 40
Criação de Homepage como Ferramenta Pedagógica para as Salas de Tecnologias Educacionais
28
O estudo de Funções e Geometria no Ambiente Informatizado 32
A Física do Cotidiano no Ambiente Informatizado 13
Introdução ao PowerPoint 20
Informática Básica Word XP e Excel XP 15
Tecnologia da Informação e da Comunicação na Educação Especial 33
A Sala de Tecnologia Educacional e a Educação Física 19
Informática Básica e Internet 66
Comunicação Virtual e Planejamento 16
Projeto “Idosos e Jovens Interagindo com as Tecnologias da Informação e da Educação” 10
A Internet e suas Possibilidades no Ambiente de Ensino-Aprendizagem IPAE-A 11
III Encontro de Professores que atuam nas Salas de Tecnologias Educacional de Campo Grande e Municípios Jurisdicionados 200
Informática Básica e Internet 68
Tecnologias da Informação e da Comunicação na Educação Especial 03
Criação de Home Page como Ferramenta Pedagógica para as salas de Tecnologia Educacional 13
Formação Continuada aos Municípios Jurisdicionados aos Núcleos de Tecnologias Educacionais - NTEs
Campo Grande, Corumbá, Dourados e Três Lagoas.
Gestão Pedagógica das Tecnologias no Contexto Escolar
18 a 22 de setembro 2006 49
Rede Hospitalar 04
Arte, Cultura e Tecnologia. 09
A relação das Disciplinas Curriculares da Educação Básica com a Sala de Tecnologia Educacional e as Competências deDe Perrenoud no Processo Ensino e Aprendizagem 14
Educação Étnico Racial: Ensino de História da África e Cultura Afro Brasileira no Currículo de Educação Básica 02
Informática Básica e Internet (Acedir) 10
Fonte: NTE – Núcleo de Tecnologias Educacionais – 2007

Segundo dados estatísticos da Educação do Mato Grosso do sul temos o seguinte quadro, quanto ao número de professores atuando na Rede Estadual de Ensino, entre os anos 2003 e 2006:
Tabela 4: Número de Funções Docentes Exercendo Atividades em Sala de Aula/Est. –Campo Grande -MS
Ano Professores Média geral 2003-2006
2003 4.287
4.423

2004 4.579
2005 4.264
2006 4.562
Fonte: MEC\INEP- Sinopse Estatística/EDUDATABRASIL-2007
Obs: - O mesmo docente pode atuar em mais de um nível/modalidade de ensino e em mais de um estabelecimento


Considerando apenas o total de participantes nos cursos oferecidos pelo NTE e a média de docentes da Rede Estadual de Ensino de Campo Grande podemos afirmar que 49,9% dos professores receberam formação para utilizar as tecnologias de forma adequada para as atividades pedagógicas na educação. O que não está especificado é a possibilidade de um mesmo professor ter participado de vários cursos. Isso faria com que essa porcentagem diminuísse.

2.3 LIMITES E POSSIBILIDADES PEDAGÓGICAS QUANTO AO USO DO COMPUTADOR NO PROCESSOE NSINO APRENDIZAGEM


Percebemos que as iniciativas do governo federal em desenvolver a informática na educação tiveram extrema importância para a inserção dos computadores nas escolas públicas em geral. Entretanto é preciso ter idéias claras das transformações que ocorrerão nas práticas pedagógicas em relação à adoção deste recurso nas instituições educacionais e algumas questões devem se fazer presente neste momento: o questionamento das práticas pedagógicas tradicionais; a nova postura do professor diante desta ferramenta; os limites e possibilidades do novo recurso; o novo perfil do aluno. Portanto, muitos são os desafios, entre eles a reorganização da escola, a incorporação de todos os setores da escola quanto ao uso do computador e a formação continuada aos professores quanto ao uso pedagógico desta ferramenta.
Segundo Valente(1993), para obtermos bons resultados, o computador deve ser usado na educação de maneira inteligente, ou seja, provocar mudanças na abordagem pedagógica vigente ao invés de colaborar com o professor para tornar mais eficiente o processo de transmissão de conhecimento:
Se o computador pode ser usado para catalisar e auxiliar a transformação da escola, mesmo diante dos desafios que essa transformação nos apresenta, essa solução, a longo prazo, é mais promissora e mais inteligente do que usar o computador para informatizar o processo de ensino (VALENTE, 1993. p 5).
E ainda:
Essa mudança implica em uma alteração de postura dos profissionais em geral e, portanto, requer o repensar dos processos educacionais. Nesse caso, devemos utilizar todos os recursos disponíveis para isso, inclusive o computador, mesmo sabendo que não estamos usando os mais sofisticados sistemas computacionais. Devemos ter muito claro o que é importante do ponto de vista pedagógico e como tirar proveito da tecnologia para atingirmos tal objetivo. Isso é ser inteligente. (ibid. p 5).

Moran (2003), afirma que a chegada do computador (Internet) traz novas possibilidades, desafios e incertezas no processo ensino-aprendizagem. Por isso não podemos esperar que, milagrosamente, este recurso solucione todos os problemas pedagógicos, mas que facilite as pesquisas e as trocas de experiências entre professor/aluno e aluno/aluno. O computador deve fazer parte do processo ensino-aprendizagem, da escola e da profissão do professor. Deve ser integrado à educação de maneira clara e objetiva, não apenas de caráter adicional. E estará realmente integrado quando não for ferramenta complementar, agregado aos recursos que já existem, mas quando ocupar seu lugar e se tornar comum. Para isso o professor deve estar atento às novidades, inquieto às mudanças, desejoso em atualizar-se e comunicar-se mais, pois desta maneira encontrará no computador (Internet) uma forma de preparar melhor e ampliar a sua aula, de modificar o processo de avaliação e de comunicação com os alunos. Caso contrário, corre o risco de complicar o processo de ensino e de aprendizagem, fazendo do uso do computador um tormento para si e para os alunos.
Ensinar é orientar, estimular, relacionar, mais que informar. Mas só orienta aquele que conhece, que tem uma boa base teórica e que sabe comunicar-se. O professor vai ter que atualizar-se sem parar, vai precisar abrir-se para as informações que o aluno vai trazer, aprender com o aluno, interagir com ele. MORAN (2003, p.15).

O professor que incorpora o uso do computador nas suas aulas torna-as mais interativas, motivadoras e garante um processo de construção do conhecimento mútuo (alunos e professores). E o professor precisa mudar a sua crença, fazer, dar exemplo, pois a mudança ocorre continuamente, sendo ou não esperada. O conhecimento, a pedagogia e a tecnologia devem ser integrados para formar as habilidades do professor e do futuro professor. Dessa maneira, a formação e a formação continuada do professor tornam-se pontos fundamentais na mudança que a inserção do computador na educação provoca (VALENTE e ALMEIDA,1997).
Diante do exposto, considerando que o computador é uma ferramenta que oferece diversas possibilidades, mas que exige critérios e impõe limites quanto ao seu uso no processo ensino-aprendizagem e que todas as escolas da Rede Estadual de Ensino de Campo Grande possuem uma STE equipada, questiona-se qual a concepção do professor, nesse contexto, em relação à informática na educação quanto ao uso do computador nas aulas, às facilidades e entraves causados com a inserção do computador na escola e aos resultados na formação do professor e na aprendizagem do aluno.
A Secretaria de Estado de Educação do Mato Grosso do Sul, na tentativa de modernizar suas unidades, tem investido em recursos tecnológicos, principalmente computadores e Internet. Entretanto, paira ainda um desencantamento pela forma como nela se processa o ensino-aprendizagem. O que nos falta então? É possível romper com a resistência em utilizar a tecnologia em sala de aula garantindo um ensino centrado na produção de conhecimentos e não no próprio ensino? O aluno necessita tornar-se construtor de sua aprendizagem, autor de seu tempo. Precisamos renovar, principalmente, a forma como o acesso à informação vem sendo conduzida no sistema educacional. Diante disso, faz-se necessário saber como o computador está de fato sendo inserido e utilizado nas instituições educacionais.
Com base nestes questionamentos é que foram definidos os seguintes objetivos para a realização da pesquisa:
Objetivo Geral:
Investigar a concepção de professores de escolas da Rede Estadual de Campo Grande acerca da utilização do computador no seu fazer pedagógico.
Objetivos Específicos:
Avaliar quantitativamente e qualitativamente as capacitações oferecidas aos professores destas escolas, referente à utilização pedagógica do computador em sala de aula;
Observar a freqüência e a forma de utilização do computador nestas escolas;
Levantar os fatores que facilitam e os que dificultam a utilização do computador em sala de aula pelos professores destas escolas;
Investigar a compreensão que os professores das escolas pesquisadas têm em relação à contribuição do computador no processo ensino e aprendizagem de seus alunos.



CAPÍTULO III – PERCURSO METODOLÓGICO


3.1 APRESENTAÇÃO E METODOLOGIA DA PESQUISA


A metodologia adotada para a realização deste trabalho consiste em pesquisas bibliográficas e pesquisa de campo, tendo em vista que foram realizados questionamentos para professores que atuam em escolas da rede estadual de Campo Grande, MS, para professores que atuam no NTE - Núcleo de Tecnologias Educacionais de Campo Grande e para técnicos que atuam na COTEC – Coordenadoria de Tecnologias da Secretaria Estadual de Educação do Mato Grosso do Sul, bem como observações nas Salas de Tecnologias Educacionais das respectivas escolas, devidamente autorizados (anexo1). Questionários, entrevistas, observação em sala de aula e análise documental foram os instrumentos utilizados para a realização desta pesquisa.


3.2 INSTRUMENTO I: QUESTIONÁRIO


Este primeiro instrumento refere-se ao questionário (anexo 2), direcionado aos professores de sala de aula lotados nas escolas pesquisadas, composto de 24 questões elaboradas de acordo com o objetivo de investigar a sua concepção acerca da utilização do computador no fazer pedagógico, buscando avaliar qualitativamente as capacitações oferecidas aos professores referente à utilização pedagógica do computador em sala de aula, observar a freqüência e a forma de utilização do computador na escola e na vida pessoal, levantar os fatores que facilitam e os que dificultam a utilização do computador em sala de aula pelos professores e investigar a compreensão que estes têm em relação à contribuição do computador no processo ensino e aprendizagem de seus alunos.
O questionário foi distribuído a 10 professores de cada uma das três escolas envolvidas nesta pesquisa. Estas escolas foram indicadas pelos técnicos do NTE, uma vez que realizam trabalho de apoio, orientação e formação junto a elas. A indicação teve como critério os diferentes níveis de desempenho, aproveitamento e uso das salas de tecnologias. Dos 30 questionários distribuídos apenas 17 retornaram devidamente respondidos, os demais se justificaram por não possuir computador em casa e por não ter tempo de responder na escola.
No primeiro bloco de perguntas a pesquisa segue o percurso de caracterização do sujeito e diante das respostas analisadas temos o seguinte quadro:

Tabela 1: Caracterização dos Sujeitos
Total de Participantes Sexo Grau de Escolaridade

17 Feminino Masculino C. Sup. Espec. Mestrado
13 4 7 8 2
Tempo de trabalho na Educação/Anos Até 5 6 a 10 11 a 15 16 a 20 + 20
4 3 1 4 5
Fonte: Pesquisa de Campo, 2007.

No segundo bloco as perguntas referem-se ao uso pessoal, profissional e formação sobre o uso do computador, como podemos observar na tabela a baixo:

Tabela 2: Formação Continuada
Categoria Total Sim Não NR*
Possui computador em casa e faz uso na vida pessoal


17 8 9 -
Faz uso do computador na escola 12 5 -
Participou de cursos técnicos de informática básicos 9 8
Recebeu capacitação para o uso pedagógica do computador. 6 11 -
Planeja aulas com a utilização das STE 12 5
Depende do auxílio do professor da STE 14 3 -
Vê vantagens na prática pedagógica do computador 12 3 2
Os professores estão preparados para utilizar o computador 2 11 4
Fonte: Pesquisa de Campo, 2007.
*NR: não respondeu

De acordo com as resposta obtidas, temos uma tabela demonstrando que 52,9% dos professores não possuem computador próprio, porém, esta porcentagem aumenta se considerarmos que, dos 30 professores que receberam o questionário, 13 não responderam alegando “não ter computador em casa” e não ter tempo de respondê-lo na escola. Desta forma são 73,3% os professores que não tem esta tecnologia em seus lares. Contudo, o uso do mesmo, na escola, é representado por um número considerável: são 70% dos professores que responderam o questionário usando a STE para planejamento e desenvolvimento de alguma atividade com os alunos. Por meio das respostas do questionário mais de 50% fez algum tipo de capacitação na área da Informática básica, mas a maioria, 64,6%, não recebeu formação quanto à utilização pedagógica do computador, justificando a dependência do auxílio do professor da STE, para desenvolver suas atividades, em 82,4% dos professores questionados.
Embora um número considerável de professores não domine basicamente o uso pedagógico do computador, há uma consciência das vantagens que este recurso pode oferecer para as atividades educacionais: 70% dos professores vêem benefícios na prática pedagógica do computador. Contudo, 64,6% consideram que os professores não estão preparados para utilizar o computador como ferramenta pedagógica.
A utilização do computador na educação busca a inclusão desta tecnologia no processo de aprendizagem dos conteúdos disciplinares em todas as áreas do conhecimento podendo desempenhar um papel relevante de facilitador entre o aluno e a construção do saber. Porém, o professor precisa atentar para os potenciais do computador e ser capaz de alternar adequadamente atividades não informatizadas de ensino-aprendizagem e outras passíveis de realização por meio do computador. É necessário que os professores estejam preparados para realizar atividades computadorizadas com seus alunos, sendo capazes de levar em consideração a necessidade de: criar as estratégias de ensino que utilizarão, conhecer os limites que o computador e seus recursos apresentam e ter bem claros os objetivos a serem alcançados com as tarefas a serem executadas (VALENTE, 2007).
No terceiro bloco as perguntas argumentativas referem-se à qualidade, às dificuldades, aos resultados e às sugestões de atividades realizadas na STE.
Os professores revelam, por meio do questionário, que os alunos gostam de realizar atividades utilizando o computador e que seu empenho e dedicação nos estudos têm aumentado a partir do momento que este recurso foi inserido à escola: “O aluno quer novidade e não aceita mais aula estática, sem dinamismo”(XP1 ). Esta constatação vem ao encontro das afirmações de José Manuel Moran, especialista em projetos inovadores na educação:
Professores, alunos e administradores podem avançar muito mais em organizar currículos mais flexíveis, aulas diferentes. A rotina, a repetição, a previsibilidade é uma arma letal para a aprendizagem. A monotonia da repetição esteriliza a motivação dos alunos (MORAN 2007, p 43).

Porém, os sujeitos da pesquisa reconhecem que o trabalho fica comprometido quando o professor apresenta dificuldades para planejar e preparar adequadamente atividades a serem realizadas na STE. Enfatizam também, a importância de desenvolver atividades por meio de projetos, pois no trabalho coletivo e com a participação efetiva dos professores de sala de aula, do professor da sala de tecnologias e da equipe gestora da escola, os resultados têm sido mais satisfatórios, bem como, favorecido o aprendizado do professor de sala de aula quanto ao uso pedagógico da STE, pois é na socialização da prática que têm encontrado maior respaldo.
Fazendo uma observação geral da concepção dos professores em relação ao uso do computador nas escolas, podemos dizer que há mais professores utilizando o computador em suas atividades pedagógicas do que professores alheios à inserção desta tecnologia no ambiente escolar.
Analisando especificamente as ações de cada escola em estudo vemos que os professores da escola X, onde se vê maior freqüência na STE, em relação às outras escolas, mostram-se mais seguros quando afirmam que “A organização das ações é iniciativa da gestão e do professor da sala de tecnologias” (XP2), “Há respeito em relação ao que o professor planeja trabalhar com seus alunos” (XP3), e “É fundamental para o professor ter horário marcado para utilizar a STE” (XP4). Afirmações que não encontramos nas respostas das escolas Y e Z.
Outras colocações que evidenciam uma participação maior dos professores da escola X na STE comparada à participação dos professores das outras duas escolas, são em relação às alterações ocorridas com a chegada dos computadores: “O professor da STE, foi fundamental para iniciarmos os trabalhos com o computador”(XP5), “Foi preciso uma grande abertura para a inserção e inclusão tecnológica”(XP6) e “Sempre houve e ainda há diálogo entre gestão, professor da STE e professores das salas de aula”(XP1). Sendo que o mesmo não é evidenciado nas respostas das outras escolas.
Quanto à escola Y, apesar do interesse em desenvolver atividades usando o computador, a participação fica limitada pelo fato da grande quantidade de turmas (14 turmas) em relação ao número de computadores na STE (uma sala com 20 computadores): “É inviável desenvolver atividades na STE com freqüência, só conseguimos uma vez por mês, pois temos 14 turmas com 9 disciplinas cada”(YP1), “...deveria ter mais computadores , começamos os trabalhos e tem esperar 3 semanas para dar continuidade”(YP2).
Analisando este comentário deduz-se que, para que todas as turmas desta escola pudessem ir semanalmente à STE em todas as disciplinas, precisaria de 126 horas semanais. Considerando que a semana tem 5 dias úteis com 5 horas/aulas por turno (Matutino e Vespertino), somam-se apenas 50 horas/aulas na semana. Neste caso percebe-se uma preocupação entre os professores em viabilizar a utilização do computador em suas atividades pedagógicas. Esta realidade nos permite ainda inferir que apenas uma STE é insuficiente diante do número de alunos.
No caso da escola Z, em relação à chegada dos computadores, em nenhum momento fica evidenciado alguma ação conjunta ou o compromisso dos professores em utilizar novas metodologias por meio do computador: “Quando a gente não sabe usar o computador direito acho que atrapalha um pouco”(ZP1).
Isso evidencia a importância de os integrantes das escolas se organizarem como um todo se mantendo unidos e solidários uns com os outros e com os diversos setores da instituição.
O uso do computador proporciona resultados significativos quando passa a integrar um contexto de mudança do ensino-aprendizagem, onde todos os segmentos da escola mantêm um diálogo aberto, de participação pessoal e grupal efetivos. Do contrário, o computador será uma tecnologia a mais, que reforçará as formas tradicionais de ensino. O computador por si, não modifica o processo de ensinar e aprender, mas essa mudança depende da atitude básica de cada um e das atitudes fundamentais das instituições escolares (MORAN, 2007).
No que se refere às sugestões, colocadas na pesquisa pelos professores com maior freqüência, foi em relação à possibilidade do professor possuir seu próprio computador, ao aumento de computadores nas escolas e à capacitação para o uso do computador: “Gostaria realmente que todos pudessem adquirir o seu computador pessoal, e isto dependeria de um projeto a nível governamental para que todo professor pudesse ter acesso”(YP2), “As primeiras capacitações foram iniciativa própria, mas a formação continuada deveria ser incorporada nos horários de trabalho, previsto no calendário escolar” (XP3) e “É difícil ter que usar as férias para fazer curso”(XP7), “...sugiro que uma vez ao mês pelo menos, os alunos possam ser dispensados para que os professores reúnam-se nos seus turnos com presença obrigatória na STE e possam socializar informações, e preparar atividades de qualidade”(YP2).
Fica claro que, na concepção dos professores entrevistados, a inserção e a incorporação do computador na escola têm interferido no seu direito de descanso semanal e anual. Como muitos professores não abrem mão disso fica comprometido o uso adequado desta ferramenta em favor da melhoria do processo ensino aprendizagem. Outras sugestões referem-se à reorganização dos currículos acadêmicos que não preparam os futuros professores para o uso pedagógico das tecnologias: “O Professor deveria aprender usar o computador ainda quando está na faculdade, assim chegaria na escola sem dificuldades” (ZP2), “Quando fiz faculdade, não aprendi usar computador, só livros, lápis e caderno”(XP1).
Moran (2007), alerta quanto às universidades serem anacrônicas, não acompanharem a evolução dos tempos:
Passando pelos corredores das salas das universidades, o que se vê é quase sempre uma pessoa falando e uma classe cheia de alunos semi-atentos (na melhor das hipóteses). A infra-estrutura é deprimente. Salas barulhentas, a voz do professor mal chega aos que estão mais distantes. Conseguir um datashow na maioria delas é uma tarefa inglória. Muitas vezes existe um único equipamento para um prédio inteiro (MORAN, 2007. P 44).
Diante disso sentimos a aclamação dos professores em receber não apenas escolas equipadas com recursos que o auxiliam em seu fazer pedagógico, mas condições em preparar-se para seu uso adequado através de formação continuada prevista no calendário escolar anual.

3.3 INSTRUMENTO II: ENTREVISTA


O segundo instrumento refere-se à entrevista (ANEXO 3) direcionada aos professores das STEs das escolas contempladas nesta pesquisa, com o objetivo de compreender a organização das atividades realizadas na STE e verificar como acontece a participação e o envolvimento dos professores e alunos nas atividades ali realizadas.
Na entrevista, observou-se que os critérios de organização das STEs nas três escolas em estudo, são os mesmos, pois obedecem as exigências do NTE: criação de arquivo\pastas para alunos por série e disciplina onde são armazenados os trabalhos realizados com a utilização do computador, arquivo\pastas para professores onde são armazenados os planejamentos de atividades utilizando o computador, agenda de horários para a freqüência na STE e Relatório Bimestral das ações desenvolvidas.
O NTE, por sua vez faz as exigências que garantirão a ordem da STE de acordo com a RESOLUÇÃO/SED n. 2.127, de 5 de junho de 2007 que dispõe sobre a implantação, implementação, monitoramento e avaliação das Salas de Tecnologias Educacionais na Rede Estadual de Ensino, Art. 24, das obrigações do professor lotado na Sala de Tecnologia, Incisos VI e VII:

VI – encaminhar, semestralmente, ao Núcleo de Tecnologia Educacional, relatórios de atividades pedagógicas e do trabalho desenvolvido na Sala de Tecnologias Educacionais;

VII – manter atualizados e arquivados os registros do uso da Sala de Tecnologias Educacionais (RESOLUÇÃO/SED n 2.127, 2007. p 5);

Embora os critérios de organização das STEs sejam os mesmos notamos uma diferença quanto a manutenção e uso ativo dos computadores. Na escola X, os 20 computadores disponibilizados sempre permaneceram em pleno funcionamento e há um projeto em andamento que garante o uso da STE por todas as séries e alunos da escola.
Segundo o Professor da STE desta escola, os computadores já apresentaram problemas de funcionamento e imediatamente a diretora solicitou atendimento do NTE, que além de oferecer cursos de formação continuada, dá suporte técnico às escolas. Apesar do professor da STE ter autonomia e acesso direto com os técnicos do NTE, as ações e solicitações que garantem a manutenção em dias dos equipamentos partem da equipe gestora desta escola. O mesmo não acontece nas outras escolas sendo que a escola Y em situação parecida ficou mais de uma semana para receber atendimento e manutenção em seus equipamentos e no caso da escola Z, a STE chegou a permanecer fechada por várias semanas até que uma providência fosse tomada.
A organização de forma adequada, a atitude de prontidão e de comprometimento da equipe gestora, a postura de diálogo constante e a união dos vários segmentos da escola X, provocou uma mudança de postura nas ações educativa do professor proporcionando um ambiente favorável e encorajador para que estes se apropriassem com mais sucesso do computador em função de seus interesses profissionais, planejando sua aplicação em aula e garantindo o pleno funcionamento da STE: “... é preciso a colaboração e participação de todos, para que o resultado seja positivo. Nesta escola temos uma equipe que troca e socializa, idéias e experiências.Todos são unidos” (XPT1).
Entre os professores lotados nas STEs das escolas em estudo notamos opiniões em comum, de alguma maneira todos colocaram que “dá trabalho” manter tudo funcionando e organizado, reconhecendo a importância da colaboração e participação de todos: gestores, professores e alunos, da troca e socialização de idéias e experiências e do bom relacionamento entre gestão e professores a fim de que os resultados obtidos com a integração do computador na escola seja positivo: “A direção da escola apóia as iniciativas dos professores e está sempre ativa e participando das atividades da STE” (XPT1). Entretanto a participação por parte da equipe gestora da escola nem sempre é efetiva: “Nem sempre há vontade e apoio por parte dos professores e a direção não dá a devida importância para as atividades realizadas aqui. Precisaria mais cobranças” (ZPT1).
A RESOLUÇÃO/SED n. 2.127, de 5 de junho de 2007 que dispõe sobre a implantação, implementação, monitoramento e avaliação das Salas de Tecnologias Educacionais na Rede Estadual de Ensino, Art. 26, das obrigações da direção e equipe técnica pedagógica da unidade escolar, Inciso I, II e V, prevê:
I – oferecer, à Sala de Tecnologias Educacionais, condições de funcionamento, disponibilizando o material de consumo necessário ao desenvolvimento das atividades;

II – acompanhar e avaliar as atividades desenvolvidas na Sala de Tecnologias Educacionais;
V – incentivar o uso da Sala de Tecnologias Educacionais pelos professores regentes (RESOLUÇÃO/SED n 2.127, 2007. p 6);

Os professores entrevistados avaliam a STE como um espaço de oportunidades para melhorar a qualidade da educação, mas que precisa estar em constante manutenção para garantir o funcionamento técnico e ser desfrutado com dedicação e responsabilidade pelos professores regentes de salas de maneira que venha produzir resultados significativos na aprendizagem do aluno.



















CONSIDERAÇÕES FINAIS


"O computador (Internet) nos ajuda, mas sozinho não dá conta da complexidade do aprender.”
José Manuel Moran.


Numa perspectiva de desvelar a imagem que o profissional da educação faz do computador, buscamos, principalmente por meio de dados empíricos coletados com base nos questionário e entrevistas, compreender como ocorreu sua aproximação com esta ferramenta e especificamente o que pensa em relação à utilização deste recurso no ambiente escolar e na sua prática pedagógica.
As transformações ocorridas no cotidiano da escola a partir da entrada do computador como auxílio para desenvolvimento e planejamento das atividades pedagógicas são evidentes e em proporção variada em cada escola. Tais variações decorrem da maneira como a escola se organizou para recebê-lo e como preparou seus principais integrantes: professores alunos
As escolas da Rede Estadual de Ensino de Campo Grande começaram receber computadores a partir do ano de 2003 e em 2005 todas já possuíam ao menos uma sala com computadores disponíveis aos professores e alunos para que, utilizando-os em seu fazer pedagógico, pudessem favorecer e facilitar o processo ensino-aprendizagem e elevar a qualidade da educação oferecida. Porém, concomitantes à inserção do computador nas escolas, surgiram dúvidas, preconceitos e resistências quanto ao seu uso, devido ao fato dos “atores” estarem despreparados para desenvolver atividades que garantissem o sucesso da novidade presente.
A Secretaria Estadual de Educação e o Núcleo de Tecnologias Educacionais de Campo Grande passaram a oferecer capacitações para suprir esta lacuna, conseguindo atingir uma parcela destes profissionais, que revelam satisfação quanto às facilidades que este recurso tem proporcionado. Porém, a grande maioria ainda encontra-se despreparada e insegura em utilizá-lo comprometendo na maioria das vezes o próprio desenvolvimento das atividades que são programadas coletivamente.
As iniciativas próprias, dos professores, em buscar formação para o uso técnico e pedagógico do computador também mostraram ser um fator importante para combater a resistência em utilizá-lo, entretanto isso ocorreu somente entre os professores que já possuíam o próprio computador ou que puderam adquiri-lo assim que o conheceram na escola. A grande maioria o considera um produto caro em relação as suas possibilidades e prioridades de consumo. Percebemos, então que a situação econômica individual desta classe também interfere na apropriação da nova tecnologia e na aceleração do seu uso no fazer pedagógico.
A organização interna política e pedagógica da escola tem se apresentado como fator decisivo no sucesso da utilização das Salas de Tecnologias Educacionais e do desenvolvimento das atividades ali desenvolvidas, pois somente com a parceria entre gestão e professores, diálogo aberto, decisões em conjunto, socialização dos conhecimentos e troca de experiências foi possível manter uma freqüência ativa dos professores com seus alunos na STE, desencadeando, de maneira lenta, mas constante, a apropriação dos conhecimentos tecnológicos e o uso pedagógico em favor do processo ensino-aprendizagem.
A postura do professor diante do computador e das possibilidades que este proporciona no seu fazer pedagógico é, indiscutivelmente, o principal fator para que os desafios que se instalaram com sua chegada sejam superados. Porém, incorporar esta e todas as tecnologias que fazem parte da realidade educacional, já não depende exclusivamente da sua vontade e sim das condições que têm em se preparar, da formação que lhe é oferecida continuamente, da organização interna da escola e das possibilidades em conciliar tempo disponível com investimentos em capacitação profissional.
Faz-se necessário, então, repensar as políticas públicas responsáveis pelas ações que decidem sobre a forma de aplicação dos recursos destinados à implantação e implementação das ferramentas técnicas e pedagógicas e de formação continuada do professor de maneira que possa exercer com entusiasmo e responsabilidade seu novo papel em relação aluno/tecnologias/aprendizagem.














REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


ALMEIDA, Maria Elizabeth Bianconcini de; MORAN, José Manuel (org,). Integração da Tecnologias na Educação. Salto Para o Futuro. Brasília, 2005. Disponível em: Acesso em: 2 abr. 2007.

BRASIL. Ministério de Educação e Cultura. Programa Nacional de Informática na Educação. Brasília, DF, 1997

CANTERO, Jussara; RIZZO, Katia Maria; SOTO, Maria Nancy de Freitas; VITORATTO, Sandra Elena. O Impacto das Tecnologias da Comunicação e Informação na prática dos professores . Rio de Janeiro, 2007. 39p. Dissertação de Mestrado - Departamento de Educação, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Orientadora: Andréa Paula Osório Duque

CARMO, João Clodomiro do. O que é Informática. São Paulo: Brasiliense, 1996

CHAVES, Eduardo O. C., SETZER, Waldemar W. O uso de computadores em escolas: Fundamentos e críticas. São Paulo: Scipione, 1988.

DIZARD, W. P. A nova mídia: a comunicação de massa na era da informação / Wilson Dizard Jr.; tradução [da 2ª ed.], Edmond Jorge; revisão técnica, Tony Queiroga - Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed. 1998.

ENTENDA o computador. São Paulo : Nova Cultural, v. 1, 1988.

LÉVY, Pierre. As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática. Tradução: Carlos Irineu da Costa. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1993.

MARTINS, Agenor. O que é computador. São Paulo : Brasiliense, 1991.

MATO GROSSO DO SUL. Secretaria de Estado de Educação. Projeto Estadual de Informática na Educação. Campo Grande, MS, 1998

MATO GROSSO DO SUL. Resolução/SED nº1.842, de 8 de abril de 2005. Dispõe sobre a criação das Salas de Tecnologias Educacionais, a lotação e atribuições de professor da Educação Básica para exercer a função de professor regente nessas salas nas unidades escolares da rede estadual de ensino, e dá outras providências. Diário Oficial do Estado do Mato Grosso do Sul nº 6.483. Campo Grande, MS, 8 de abr. 2005. Disponível em: < http://www.sitiodoguara.com.br/tmp/res1842.htm > Acesso em: 2 abr. 2007.

Ministério da Educação e Cultura. Boletim Salto Para o Futuro – Série: Tecnologias e Educação: Novos Tempos Outros Rumos. PGM 1 – Gestão Escolar e Tecnologias. Gestão de Tecnologias na Escola. TV Escola, 2002.

Ministério da Educação e Cultura. Boletim Salto Para o Futuro – Série: Tecnologias e Educação: Novos Tempos Outros Rumos. PGM 4 – Tecnologias e práticas diversificadas. Repensando as Situações de Aprendizagem: o fazer e o compreender. TV Escola, 2002.

MORAES, Maria Cândida. Informática Educativa no Brasil: Uma História Vivida, Algumas Lições Aprendidas USP - SP, 1997.

MORAN, José Manuel. Como Utilizar a internet na educação. São Paulo: Revista Ciência da Informação. vol. 26 n.2, maio-agosto 1997, pág. 146-153.

____________________. Educação e tecnologias: mudar para valer. Disponível em , acesso em: 01 jul. 2007.

____________________. Os novos espaços de atuação do professor com as tecnologias. Disponível em , acesso em: 01 jul. 2007

____________________. Novas tecnologias e o reencantamento do mundo. Revista Tecnologia Educacional. Rio de Janeiro, vol. 23, no.126, set. / out. 1995. Disponível em: < http://www.eca.usp.br/prof/moran/novtec.htm > Acesso em: 2 de abr de 2007.

MORAN, José Manuel, MASETTO, Marcos & BEHRENS, Marilda. Novas tecnologias e mediação pedagógica. 12ª edição, Campinas: Papirus, 2006. Disponível em: www.eca.usp.br/prof/moran/textosead.htm. Acesso em 15 de agos.de 2007.

O conhecimento escolar e o computador. In Perspectiva. Revista do Centro de Ciências da Educação, Florianópolis. no. 24 (13): p. 173-181. jul. dez. 1995

ROMANOWSKI, Joana Paulin et al (Orgs). Conhecimento local e conhecimento universal: Diversidade, mídias e tecnologias na educação. vol 2, Curitiba, Champagnat, 2004, páginas 245-253. Texto publicado nos anais do 12º Endipe – Encontro Nacional de Didática e Prática de Ensino, in

¬¬¬VALENTE, José Armando; ALMEIDA, Fernando José de. Visão analítica da informática na educação no Brasil: a questão da formação do professor. Revista Brasileira de Informática na Educação, nº 1. Florianópolis, Sociedade Brasileira de Computação, 1997.

VALENTE, José Armando. Diferentes Usos do Computador na Educação. Em J.A. Valente (Org.), Computadores e Conhecimento: repensando a educação (pp.1-23). Campinas, SP: Gráfica da UNICAMP, 1993(a).

______________________. Pátio - revista pedagógica Editora Artes Médicas Sul. Ano 1, Nº 1, pp.19-21. 1993

WINDOS 96. Introdução – MS/DOS. Campinas –SP, Microcam Internacional, 1996.





ANEXO 1 – CARTA CONVITE


UEMS – UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MATO GROSSO DO SUL
CURSO NORMAL SUPERIOR
PESQUISA PARA MONOGRAFIA
Acadêmica: Edione Maria Lazzari


Campo Grande, 24 de Julho de 2007.

Prezado(a) diretor(a)
É importante tratar das tecnologias na educação, por ser algo essencialmente humano, criado pelo homem e para servi-lo. É necessário que a escola incorpore cada vez mais as tecnologias ao seu cotidiano, uma vez que constitui fator importante para a melhoria da qualidade do ensino. Por isso optei em fazer minha monografia com o objetivo de buscar uma reflexão a respeito da utilização dos computadores nas escolas de Campo Grande. Porém, para compreender todos os elementos que estão presentes nesta realidade, preciso de sua prestimosa colaboração autorizando entrevistar os professores e observar as aulas em sala de tecnologias.
Certa de contar com sua compreensão e colaboração agradeço.



Atenciosamente,



Edione Maria Lazzari







ANEXO 2 – INSTRUMENTO DE PESQUISA I - QUESTIONÁRIO


UEMS – UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MATO GROSSO DO SUL
CURSO NORMAL SUPERIOR
PESQUISA PARA MONOGRAFIA
Acadêmica: Edione Maria Lazzari

Projeto de Pesquisa: A CONCEPÇÃO DE PROFESSORES DA REDE ESTADUAL DE CAMPO GRANDE - MS ACERCA DA UTILIZAÇÃO DO COMPUTADOR NA EDUCAÇÃO ESCOLAR


Prezado Professor,

Optei em fazer minha monografia com o objetivo de buscar uma reflexão a respeito da utilização dos computadores nas escolas de Campo Grande. Porém, para compreender todos os elementos que estão presentes nesta realidade, preciso de sua prestimosa colaboração respondendo o seguinte questionário.
Certa de contar com sua compreensão e colaboração agradeço.

Qual a sua faixa etária?
( ) 18-30 ( ) 30-40 ( ) 40-50 ( ) a cima de 50
Sexo:
( ) Masculino ( ) Feminino

Escolaridade:
( ) Ensino Médio ( ) Magistério ( ) Curso superior – cursando ( ) Curso superior completo ( ) Especialização ( ) Mestrado ( ) Doutorado

Séries/Redes/Turno disciplina que leciona:¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬-____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Tempo de atuação no magistério:¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬-_________________________________________________________________________

Tem computador em casa? _________________________________________________________________________

Faz uso na vida pessoal? Com qual finalidade?
___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

E na vida profissional? Com qual finalidade?
___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Já havia trabalhado com esta tecnologia antes?¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬-_________________________________________________________________________

Recebeu algum tipo de capacitação para utilizá-lo? Qual?
___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Como você avalia a capacitação recebida? O que mudou em sua prática a partir desta capacitação?
___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
¬¬¬¬¬________________________________________________________________________

Com que freqüência utiliza o computador em suas aulas?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Em sua opinião, quais as contribuições que esta tecnologia pode oferecer ao processo de ensino e de aprendizagem?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Quais as contribuições para a disciplina ou série que você leciona ?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Como são planejadas suas aulas na sala de tecnologia educacional com o uso do computador?
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Quais os tipos de atividades você realiza na sala de tecnologia educacional?
___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Descreva alguma atividade que você avalia positivamente (que contribuiu):
___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Descreva que você desenvolveu mas que avalia negativamente:
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Você encontra dificuldades para utilizar o computador em suas aulas? Quais?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Em sua opinião os professores estão preparados para utilizar estes recursos?
___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Em sua opinião porque foram criadas salas de tecnologia educacionais nas escolas?
___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Você acredita que existam motivos para não utilizar o computador na educação?
___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Como a escola deve se organizar para dinamizar o uso do computador?
___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Que proposta gostaria de apresentar para otimizar o uso do computador em sua escola?
___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________






ANEXO 3 - INSTRUMENTO DE PESQUISA II – ENTREVISTA


UEMS – UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MATO GROSSO DO SUL
CURSO NORMAL SUPERIOR
PESQUISA PARA MONOGRAFIA
Acadêmica: Edione Maria Lazzari

Projeto de Pesquisa: A CONCEPÇÃO DE PROFESSORES DA REDE ESTADUAL DE CAMPO GRANDE - MS ACERCA DA UTILIZAÇÃO DO COMPUTADOR NA EDUCAÇÃO ESCOLAR

Prezado Professor,

Optei em fazer minha monografia com o objetivo de buscar uma reflexão a respeito da utilização dos computadores nas escolas de Campo Grande. Porém, para compreender todos os elementos que estão presentes nesta realidade, preciso de sua prestimosa colaboração nesta entrevista.
Certa de contar com sua compreensão e colaboração agradeço.

Perguntas direcionadas:
1- Há quanto tempo está atuando na STE?
2- Qual a sua função e quais suas obrigações como professor da STE?
3- Você recebeu capacitação para trabalhar na STE? Quais?
4- As capacitações que você recebeu foram suficientes?
5- Como está organizado o trabalho com professores e alunos na STE?
6- Como é a participação dos professores na STE?
7- Como você avalia o aproveitamento do aluno e o resultado das atividades realizadas na STE?